15:54
IRMAOS LUMIERE
544
MONTE SAINT-MICHEL 1 MONTE SAINT-MICHEL Erguido sobre uma ilhota granítica, bem no meio de uma imensa baía invadida pelas maiores marés da Europa, o Monte Saint-Michel desafia os séculos como autêntico …Mais
MONTE SAINT-MICHEL 1

MONTE SAINT-MICHEL

Erguido sobre uma ilhota granítica, bem no meio de uma imensa baía invadida pelas maiores marés da Europa, o Monte Saint-Michel desafia os séculos como autêntico lugar de memória francês.
O Monte Saint-Michel é antes de tudo uma comuna da França, situada a sudoeste do departamento da Mancha e da região da Baixa Normandia. A arquitetura do Monte Saint-Michel e sua baía fazem dele o terceiro ponto turístico mais visitado da França (atrás da torre Eiffel e do castelo de Versalhes), com cerca de 3,5 milhões de visitantes por ano, incluído no Patrimônio mundial pela Unesco.

A baía
Ergue-se o Monte Saint-Michel no centro de uma imensa baía invadida pelas maiores marés da Europa. No limite entre a Normandia e a Bretanha, situado entre Cancale e Granville, com uma superfície de cerca de 500 km2, a baía do Monte Saint-Michel constitui a mais vasta extensão francesa de prados salgados e de pôlderes. Ela se distingue por uma excecional amplitude entre a maré alta e a maré baixa - de até 15 metros em período de sizígia. Ela apresenta grande diversidade de ambientes naturais e exibe fauna, flora e luzes excecionais.
São impressionantes as marés na baía do Monte Saint-Michel: de uma amplitude de cerca de treze metros nos dias de coeficiente alto, o mar retira-se em alta velocidade por cerca de dez quilômetros, mas volta com a mesma rapidez. A expressão consagrada é que ele « volta com a velocidade de um cavalo a galope ». Hoje, o Monte Saint-Michel só fica cercado de água e volta a ser uma ilha nas grandes marés equinociais, cinquenta e três dias por ano, durante algumas horas. Para lhe devolver sua condição original, foram iniciadas grandes obras de planificação da baía em 2005 (nova barragem no Couesnon, obras de desassoreamento
e de recuo do dique-estrada e do parque de estacionamento) que permitirão, até 2015, restabelecer o Monte Saint-Michel como ilha de pleno direito!

O vilarejo
Sobre o flanco sul do rochedo, ao abrigo de muralhas que datam dos séculos XII e XV, o vilarejo conta com grande número de casas classificadas como monumentos históricos, pequenos museus locais e comércio turístico. Os visitantes podem seguir o caminho de contorno, assinalado por jardinzinhos protegidos, e ali admirar uma magnífica vista do litoral. Sem falar da degustação das especialidades locais, como o cordeiro de prado salgado ou a omelete da Mère Poulard, que ali abriu seu albergue em 1888.

A abadia
Foi a pedido do Arcanjo São Miguel, "chefe das milícias celestes", que Aubert, bispo de Avranches, teria construído e consagrado uma primeira igreja, no dia 16 de outubro de 709. Em 966, a pedido do Duque da Normandia, estabeleceu-se uma comunidade de beneditinos sobre o rochedo. A igreja pré-românica foi erguida antes do ano mil. No século XI, a igreja abacial românica foi fundada sobre um conjunto de criptas, no nível do pico do rochedo, e as primeiras construções conventuais foram erguidas junto à parede norte. No século XII, os edifícios conventuais românicos foram ampliados a oeste e ao sul. No século XIII, uma doação do rei de França, Filipe Augusto, logo após a conquista da Normandia, permitiu a construção do conjunto gótico do Monte Saint-Michel, « a Maravilha »: dois edifícios de três andares, coroados pelo claustro e pelo refeitório, que constituíam o verdadeiro lugar de vida dos monges. Nos séculos XIV e XV, a Guerra dos Cem anos tornou necessária a proteção da abadia com um conjunto de construções militares que lhe permitiu resistir a um cerco de mais de trinta anos. O coro românico da igreja abacial, desmoronado em 1421, foi substituído pelo coro gótico flamboyant no fim da Idade Média. Remanejada até o século XVIII, a abadia beneditina sincretiza da melhor maneira os estilos carolíngio, românico, gótico flamboyant e clássico. Transformado em prisão sob a Revolução e o Império, esse excecional conjunto arquitetónico beneficiou-se de uma política de restauração levada a efeito desde sua classificação como monumento histórico, em 1862. No ponto mais alto da igreja, uma estátua de bronze dourado, representando o santo epónimo a derrubar o dragão, culmina a 170 metros acima do mar desde 1897. É obra de um escultor francês, Emmanuel Fremiet, acrescentada durante as primeiras grandes obras de restauração do fim do século XIX.