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PALHEIROS DA COSTA NOVA EM ÍLHAVO, PERTO DE AVEIRO, EM PORTUGAL. Em meados do séc. XIX, a Costa Nova começou a ser uma praia de banhos muito frequentada, pela influência do tribuno e político José …Mais
PALHEIROS DA COSTA NOVA EM ÍLHAVO, PERTO DE AVEIRO, EM PORTUGAL.

Em meados do séc. XIX, a Costa Nova começou a ser uma praia de banhos muito frequentada, pela influência do tribuno e político José Estevão que aqui construiu o seu próprio palheiro, (que hoje se reconhece pelas suas riscas azuis e castanhas), onde se reuniam intelectuais e políticos, entre os quais o escritor Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro e Oliveira Martins, associados à “Geração de 70” e ao movimento do “realismo”.

Os palheiros são construções tradicionais desta região litoral de Portugal que serviam de abrigo a colónias de pescadores, alfaias e animais utilizados no arrasto das embarcações pesqueiras para a praia.

Inicialmente eram plantados sobre estacas para evitar a acumulação das areias das dunas arrastadas pelos ventos.

Quando em finais do séc. XIX passou a ser moda "ir a banhos", os pescadores começaram a arrendar os seus palheiros na época de verão e surgiu a ideia de pintar as tábuas exteriores com cores garridas, que lembram a policromia dos barcos moliceiros que deslizam sobre as águas da Ria, dando a esta Marginal um aspeto fortemente colorido e extremamente característico.

Os palheiros da Costa Nova são famosas e castiças casas de riscas existentes na praia com o mesmo nome, originalmente em tons de vermelho ocre e preto, utilizados como antigos armazéns de alfaias da pesca.

Até inícios do século XIX a Costa Nova era um extenso areal desabitado mas, após a fixação da Barra do Porto de Aveiro, os pescadores das campanhas piscatórias de Ílhavo mudaram-se para a Costa Nova e começaram a construir “palheiros” para guardarem as redes e outros materiais associados à pesca.

Estes eram inicialmente amplos e sem quaisquer divisões interiores e, mais tarde, divididos com tabiques de madeira que eram “decorados” com conchas de ostras. Simultaneamente, as famílias dos seus sócios, escrivães e “arrais” de outras companhias foram sendo atraídas para a zona nos meses de verão e outono, transformando-os nos atuais “palheiros”, com riscas coloridas, bem à “moda burguesa de ir a banhos” da segunda metade desse século, para que pudessem servir como habitação na estação balnear.